domingo, 17 de fevereiro de 2013

EPIDEMIA


Então de repente, sentiu-se só,
Diante de um mundo inteiro.
Aí a literatura, sentiu seu cheiro,
E começou a caçá-lo sem dó.

Ele tentou fugir de várias maneiras,
Mas seu esforço, de nada adiantou.
A literatura, armada, o alcançou,
E feriu-o, com poesias e rimas certeiras.

Quase sem vida, levaram-no a um hospital.
Oraram por sua alma, para que sobrevivesse,
Pagariam tudo, aconteça o que acontecesse,
Para que os doutores o livrassem daquele mal.

Então ao final de horas em uma longa espera,
Os médicos disseram que ele sobreviveria,
Mas em seu corpo, um mal agora discorria:
A literatura vírus, o transformava em fera.

Seus familiares choravam demais por aflitos,
Pois dessa doença, ninguém conseguia escapar.
Foi então que os doutores passaram a suavizar,
E conseguiram evitar um grande conflito.

Disseram que ele não alcançaria mais o céu,
Pois a poesia, em seu sangue, havia se infiltrado.
Mas esse mal dentro dele, poderia ser controlado
Se ele tomasse doses e mais doses de puro fel.

E agora? Pensaram a corte, os nobres e o menestrel
Enquanto iam até o quarto do paciente recém-operado.
Levando consigo o remédio que fora recomendado
Àquele que pela literatura fora atingido: tinta, pena e papel.

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