domingo, 31 de março de 2013

A experiência de chegar ao topo da montanha, e desejar descer.



Recentemente, tenho feito algumas coisas que gosto, mas que estão vistas como erradas para uns e extremamente chocantes para outros. Coisas simples, mas que as pessoas do século XXI não estão mais acostumadas a ver e nem a ouvir. Mas o que ninguém realmente sabe é que essa mudança de comportamento, para mim, está sendo um processo de auto-realização. Cheguei ao topo da montanha do conhecimento, do intelecto, da percepção das ideias e agora estou descendo a mesma montanha que escalei. Você devem estar se perguntando que tipo de coisas eu fiz para que acontecesse um barulho dentro da mente e do coração das pessoas. Vou explicar com um pouco mais de ótica, do princípio até os dias atuais.

Tudo começou em Janeiro de 2011, quando ingressei no serviço público do Estado de Sergipe. A distância entre a minha casa e o trabalho me dava e ainda dá de tempo ocioso, cerca de duas horas do meu dia. Essas duas horas eu comecei a preencher com leitura, e foi o que fiz: comecei a ler tudo o que estava ao meu alcance. Os livros eram extremamente variados. De literatura a filosofia, passando pelo Catecismo da Igreja Católica (que vou fazer uma releitura do mesmo pela terceira vez), eu li tudo o que me interessou e me interessa até o presente momento.

Porém essa atitude teve um lado extremamente negativo (ou positivo) para mim: eu atingi um nível intelecto-cultural-consciente, extremamente alto. Ao refletir de maneira profunda tudo aquilo o que absorvi dos livros que li, me deparei com uma chocante realidade, que foi a de ter chegado a um nível bastante acima de um ser-humano comum. Minha percepção aumentou, comecei a ler através das entrelinhas, observar de maneira ainda mais apurada as pessoas e a expressar o que eu realmente penso nas redes sociais. Eu tinha chegado ao topo da montanha muito cedo, e as pessoas ao meu redor não estavam preparadas para isso. E estou pagando o preço disso até os dias de hoje. Já fui taxado de marxista, comunista e até mesmo de anti-cristão. Mas o que me chocou mesmo, foi o fato de eu estar falando de mim na primeira pessoa. E isso é algo que eu abomino de todas as maneiras, pois gosto da filosofia oriental e sigo um ditado chinês que diz: "aquele que se auto elogia, não merece elogio".

Eu estava me tornando aquilo o que eu luto para não ser: uma pessoa arrogante, prepotente e insensível. Coisas que eu vivi rodeado desde a minha adolescência. Eu expandi a esfera onde eu me encontrava e para evitar que esse monstro me dominasse, resolvi seguir o conselho de um padre-cantor muito famoso (Padre Zezinho). Um conselho que para muitos é deveras perturbador, pois mexe e fere de maneira voraz com seus egos. Eu resolvi fazer o que ele tinha escrito num artigo de uma antiga revista católica há pelo menos uns vinte anos atrás: descer a montanha. Não porque me assustei com o que vi, mas pura e simplesmente para não me deixar consumir pela egolatria. Por isso, mesmo as pessoas não deixando com que eu consiga viver esse momento de retorno às minhas origens, estou descendo essa montanha que eu mesmo escalei. E nessa descida, tomei a decisão de ir até o início de tudo, o marco zero.

Por isso estou escrevendo sobre tudo o que eu realmente penso à respeito das pessoas, do governo e do mundo em si nas redes sociais, principalmente no facebook. Porque estou fazendo isso? Para as pessoas perceberem que aquilo ali é uma rede social. Nada ali tem de real. As pessoas estão tão confinadas dentro de suas casas com medo, que as redes sociais se tornaram uma extensão de suas vidas. E essas pessoas infelizmente só postam besteiras. É como se fosse uma obrigação minha postar frases de otimismo e orações pessoais no facebook! E ver as pessoas com suas mentes controladas por essa "onda forçada" do bem, me torra profundamente o juízo.

Outra coisa que fiz foi mudar o visual. Depois de treze anos de coordenação de grupos de jovens, de ministério de música e de pastoral da juventude, voltei a usar brincos. Primeiro furei as duas orelhas, depois tirei o brinco da orelha direita e coloquei os dois na esquerda; agora um furo inflamou e eu estou usando uma argola no furo de cima. Isso esconde o furo inflamado de baixo. Mas o fato de eu usar o brinco também fere o ponto de vista de muitas pessoas. Religiosos não aceitam o fato de que uma pessoa que use brincos (no caso dos homens), tenha uma fé mais levada ou um conhecimento mais elevado que o deles, simplesmente porque não se vestem e se comportam de acordo com eles. O que eles rotulam de falta de identidade cristã, eu chamo de excesso de hipocrisia, pois nunca nos encontros da crisma, eu, como catequista, critiquei crismando algum pelo fato dele estar usando brincos. Mas no meu caso eu até entendo, pois tive uma grande caminhada dentro da Igreja. Mas isso também não quer dizer que mudei do vinho pra água. Faço minhas preces todos os dias, e mesmo nas situações em que eu estou me sentindo o mais elevado dos seres humanos, eu sinto que minha alma está de joelhos.

O que muita gente dos meus círculos sociais não abriu os olhos para reparar, é que descendo, estou atraindo pessoas que nunca sequer ouviram falar de Igreja, e se ouvem, se desviam de todas as maneiras: a juventude rock de Aracaju, e demais pessoas que não têm afinidade nenhuma com religião. Indiretamente estou ganhando a confiança dessas pessoas e estou falando de Deus para elas. Não de forma direta, pois elas possuem enormes escudos protetores. Mas aos poucos estou quebrando essas barreiras, e essas pessoas estão tendo pontos de vista mais amenos em relação à vida espiritual. E eu tenho a plena convicção de que posso, com a ajuda de Deus e de tudo aquilo em que acredito, quebrar ainda mais barreiras. Por isso afirmo que o mal de muitos cristãos, católicos e protestantes, é o de querer acender velas em ambientes iluminados. E todo mundo que paga conta de luz sabe que acender lâmpadas em ambientes iluminados é desperdício de energia. Sim! Eu também voltei a andar na escuridão. Na verdade é onde eu mais me sinto á vontade. É como Cazuza fala na primeira parte do blues da piedade:

"Agora eu vou cantar pros miseráveis
Que vagam pelo mundo derrotados
Pra essas sementes mal plantada
Que já nascem com cara de abortadas
Pras pessoas de alma bem pequena
Remoendo pequenos problemas
Querendo sempre aquilo que não têm
Pra quem vê a luz
Mas não ilumina suas mini-certezas
Vive contando dinheiro
E não muda quando é lua cheia
Pra quem não sabe amar
Fica esperando
Alguém que caiba no seu sonho
Como varizes que vão aumentando
Como insetos em volta da lâmpada"


E olhem que eu não estou pedindo piedade a Deus para essas pessoas, peço apenas que essas pessoas possam encontrar um caminho que leva à vida, e não á morte, como escuto histórias de pessoas que tentaram se matar tomando remédios, ou ingerindo drogas em excesso. E estender a mão pra pessoas que muitas vezes os próprios cristãos dão as costas, requer uma total liberdade de pensamento e de sentimentos. E muitas vezes eu paro e me pergunto se estou realmente vivenciando essa experiência de descer a montanha, ou se fui direcionado para outro tipo de missão, como assim dizia Paulo de Tarso, na primeira carta aos Coríntios, capítulo nove, versículos de dezenove a vinte e três:

19 Porque, sendo livre para com todos, fiz-me servo de todos para ganhar ainda mais. 

20 E fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei, como se estivesse debaixo da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei. 

21 Para os que estão sem lei, como se estivesse sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei. 

22 Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns. 

23 E eu faço isto por causa do evangelho, para ser também participante dele.

Ainda não cheguei a nenhuma das minhas conclusões. Mas estou gostando dessa experiência de descer a montanha, pois estou vendo o mundo em que cresci, do ponto de vista mais analítico que existe: do lado de fora. Faço minhas preces todos os dias, pedindo para que as pessoas que me conhecem, aceitem essa minha decisão. Quero chegar ao topo de novo com mais conhecimento teórico-prático, e mais liberdade espiritual. Mas para isso, preciso retornar de onde comecei. Preciso voltar ao pé da montanha para limpar a minha alma do orgulho, da prepotência e da arrogância que se apoderaram de mim, para só assim ajudar a chegar ao topo, aqueles que não conseguem subir. Preciso voltar a ser quem eu era, para lapidar ainda mais quem eu sou. Preciso descer a montanha.

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quarta-feira, 6 de março de 2013

O corpo da bailarina.



Desde que ingressei na Universidade Federal, poucas coisas me chamam muito a atenção. Mas se tem algo de que não consigo tirar da minha mente, é de uma jovem que dia desses, adentrou em meus sonhos e me fez lembrar do seu jeito gracioso de ser.


Ela se chama Caroline, tem mais ou menos 23 anos, pele branca, olhos e cabelos castanhos. Seria uma mulher normal entre as mais de mil que passam pela Universidade todos os anos, se não fosse por suas características tão singulares. Uma conjuntivite nervosa, que aparece em seus olhos apenas nos momentos de muito estresse e um corpo bem magro para sua altura. Aliás, é esse corpo extremamente magro que me desperta tanto desejo e chama a minha atenção. Confesso que já me relacionei com mulheres bem magras, mas nunca tinha visto em minha vida uma magreza extremamente poética e musical.

Conheci Caroline quando ingressei no centro Acadêmico de letras. Tímida, mas comunicativa, ela não deixou ser passada despercebida pelo meu olhar analítico. Braços e pernas finos, mãos delicadas, voz suave e ainda quanto infantil devido a tonalidade e maciez. Porém numa calourada em que dancei com ela pela primeira vez e senti seu corpo junto ao meu, foi que me encantei pela primeira vez com a magreza de uma mulher.


Desse dia em diante comecei a observar cada curva que ela tinha. E olhe que eram curvas mínimas, porém, delicadas. Sem as roupas que usava para vir para a Universidade, quando a encontrava em alguma festa fora daquelas paredes federais, Caroline lembrava uma pintura de Degas, pois seu corpo tinha a suavidade e sutileza de uma bailarina. Seu rosto, seus olhos, seu nariz, sua boca, seu pescoço, seus ombros retos, seu colo branco e liso, seus seios pequenos e delicados, sua cintura mínima, suas pernas e sua postura ao sentar, tudo nela lembrava uma bailarina. Olhá-la era por demais extasiante, pois tudo nela expressava música e dança: arte em movimento. Sua boca de traços finos poderiam ser comparados como a vencedora de alguma olimpíada, pois ao olhá-los, a única vontade que despertavam era de que sempre mereciam ser beijados, e despertavam as mais pervertidas taras, pois até imaginar seu sexo oral parecia algo poético.

De uns anos pra cá, dar de cara com ela dentro da universidade se tornou cada vez mais raro. Penso que ela já tenha concluído seu curso de letras, que é o de português-francês. E espero que ela esteja lendo perfeitamente a sua segunda língua. Escrevi esse texto, não porque ela merece ser lembrada, mas porque um dia desses, me flagrei tendo um sonho erótico onde nele se encontrava Caroline. Quando acordei, percebi que ainda não consegui esquecer do corpo daquela bailarina. Um corpo que ninguém daria nada, pois não se encaixa nos padrões de beleza da sociedade. Melodies d'amour chantes le couer de Caroline. Ne me quite pas.



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sábado, 23 de fevereiro de 2013

Uma aranha no meu computador.



Há uma aranha no meu computador nesse momento, que luta com todas as forças para subir por um quase invisível fio de teia. Ela se esforça incansavelmente, e mesmo com patas longas em um fio tão fino, não cessa sua determinação em subir até a parte de cima do computador, sumindo imediatamente de minhas vistas. Observando esse minúsculo aracnídeo se sustentando em um fio que só vejo porque o mesmo reflete a luz do sol, fico imaginando o quanto as pessoas desistem fácil das dificuldades hoje em dia. 

Por causa da modernidade e por muitas vezes terem tudo nas mãos, as pessoas estão cada vez mais fugindo de compromissos. E quando os assumem, só ficam enquanto estão curtindo a fase boa: quando o cinto aperta, dão sempre uma desculpa e caem fora, deixando que o sacrifício de todos se torne apenas de alguns. Por isso hoje em dia, nem os relacionamentos estão durando mais. Enquanto estão no mar de rosas, os casais fazem a maior pose de amor pra vida toda: se declaram nas redes sociais, mandam presentes, sentem saudades, etc. Mas quando começam a aparecer as diferenças, ao invés de se completarem, eles simplesmente vão cada um pro seu lado e recomeçam de novo com uma outra pessoa. É de para pra observar e se admirar com esse parasitismo emocional: sugam o que precisam sugar um do outro, e quando sentem que já não tem mais o que sugar, separam-se, muitas vezes usando desculpas das mais fúteis.

Outro exemplo de falta de determinação que acontece com as pessoas, é a vida escolar. A maioria (principalmente jovens) está optando por passar vários anos sem estudar, para que quando estiverem com mais ou menos dezoito anos, ingressarem em um ensino supletivo. Nada contra, mas pelo que me ensinaram em minha época de colégio, supletivo era a opção daqueles que tiveram de parar os estudos para trabalhar. Mas o que acontece hoje em dia é que mesmo sem trabalhar, tem um monte de jovens optando pelo supletivo simplesmente por pura vadiagem. É simplesmente o fim dos tempos. Mas para essa situação, posso muito bem usar aqui um velho clichê que se encaixa perfeitamente: "a culpa é do governo".

Poderia citar vários e vários outros exemplos aqui. Mas acontece que o fio de teia dessa aranha, me faz lembrar sempre que, por mais  difícil que pareça a subida, devemos sempre continuar, mesmo com muito esforço. Essa foi a lição que uma simples aranha me ensinou, que é continuar sempre; desistir nunca. Somos regidos, independentemente de riqueza, raça, credo ou cor, pelas leis da natureza, onde só os mais fortes sobrevivem. E convenhamos: desistir é para os fracos. 


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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

"PRESENTES"



Uma noite dessas, quando eu menos esperava, pensei em você...

Tanto pensei que logo senti vontade de te dar um presente. Não um só,mas vários. Achei, porém, que teria de ser alguma coisa que você pudesse usar em qualquer lugar. Assim foi que no dia seguinte saí em busca de tudo o que podia lhe dar.

Comprei tudo o que imaginei: o SOL, a LUA, as ESTRELAS, as FLORES, o SORRISO e... 

...Apenas cinqüenta gramas de LÁGRIMAS porque não tinha mais. O balconista disse que está tendo muita saída, pois os clientes atualmente estão comprando muito. Comprei então um pacote de RAZÃO, para você usar sempre. 



Lá na loja, vi um enorme vidro de COMPREENSÃO. E como o balconista me disse que não estava tendo muita saída ultimamente, resolvi comprar todo o estoque. 

Comprei também vidros de AMOR e GENTILEZA, para você usar com as pessoas queridas que vivem ao seu redor. 


Sabe... Vi na loja um pote enorme de ORGULHO, mas não comprei, porque sei que você não usa. Aí aproveitei o dinheiro e comprei uns pacotes de SABEDORIA e PAZ, juntamente com ESPERANÇA, para você usar em casos de emergência quando achar que está tudo perdido.

Naquela loja havia muita gente triste. Vi muitas pessoas comprando SOLIDÃO. Elas compraram tantos potes, que algumas estavam brigando no tapa, para levar um pote daqueles pra casa. O balconista me disse que tem até lista de espera. E quando chega SOLIDÃO na loja, o estoque acaba rápido. 


Comprei ainda outros dois pacotes contendo AMIZADE e COMPANHEIRISMO DE DEUS. E finalmente, comprei um grande CORAÇÃO para guardar todos os seus presentes. 



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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Amor...


Eu ando em noites escuras, 
Carregando o que posso nos meus braços. 
Aquela noite, em que tudo pegou fogo. 
Não restou nada... 

 Eu penso se há motivo para viver,
 Pois todos que eu amava foram queimados. 
Mas percebo que a cada lugar que eu vou 
É um início para uma nova vida. 

 Amanhece, eu paro e fico sentado em baixo de uma árvore, 
Pensando no que vou fazer, no que eu tinha que fazer.
 Uma luz aparece, me guia.
 Essa luz era todas as pessoas que me amavam, me protegendo até o fim.

Me pergunto o por que que elas ainda me protegiam.
Não pude fazer nada para salvá-los.
Responderam que o amor é uma sentimento infinito,
Que dá forças para fazer o possível e o impossível.

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Eu só quero ser seu para sempre.


Você me faz lembrar os meus tempos de menino, onde tudo era somente inocência e descobertas. Meus tempos de felicidade e alegria, onde para mim não existia ontem e amanhã, e sim o hoje, agora. Porém me esqueço que o tempo não espera, e sempre estarei te perdendo, mesmo pensando que estou te ganhando. 

Uma vez me disseram: "Preocupe-se com sua vida, não busque agora o amor, pois você ainda é muito jovem." Só que minha alma me diz que já é hora de te procurar, lutar por você e te amar. Não me importa o quanto as pessoas neguem! Não importa o quanto eu sofra! Não me importa quanto tempo dure! Eu só quero ser seu para sempre. 

Você me faz lembrar meus tempos de adolescência, quando tudo era só conflito e rebeldia. Meus tempos de dor e sofrimentos da alma, onde para mim só existiam guerras entre liberdade sem responsabilidade e prisão domiciliar. Tempos onde muito quebrei a cara tentando me descobrir como pessoa, me entregando à paixões errôneas, bebedeiras e futilidades sempre passageiras. E você chegou para pôr fim nisso tudo: para acabar de vez com o meu sofrimento. Por isso quero recomeçar minha vida ao seu lado, mesmo sabendo que isso é impossível. 

Uma vez me disseram: "preocupe-se com sua vida, não busque agora o amor, pois você se apaixonará facilmente." Só que minha alma me manda não perder mais tempo, por isso vou ao teu encontro para falar-te o quanto és importante para mim, minha vida e minha alma. Não me importa quanto tempo leve para isso acontecer, eu só quero ser seu para sempre. 

Você me faz imaginar o futuro. Me faz enxergar cada vez mais longe. e imagino nós dois juntos para sempre. Porém sinto a essência do mal invadir meu corpo, e me acordar para a realidade de que tudo isto é sonho e será algo que nunca há de se realizar. Por isso sinto na alma a dor da realidade. Só que eu passo por cima dessa dor e luto, pois sei que meu amor por você é maior que tudo, e supera a força do inimigo e de todo e qualquer tipo de mal. Sei também que uma força Maior está a favor desse nosso amor impossível. A única coisa que te peço nessa vida garota, é que você me dê a chance de provar o quanto estou sendo sincero comigo mesmo e com você. 

Uma vez me disseram: "Preocupe-se com sua vida, não busque agora o amor, pois você só irá quebrar cada vez mais a sua cara." Só que minha alma não se importa com as consequências. Mas você negou tanto o meu amor, que fez com que meu corpo e minha alma se tornassem seres distintos, pois meu corpo quer estar ao seu lado, mas minha alma tem receio de se aproximar e de começar a te amar. Uma oportunidade, ou um instante, é o que estou esperando acontecer, para que você possa saciar minha alma. Para que meu corpo possa saciar o seu num infinito abraço. Para que seus lábios possam saciar os meus num beijo imortal. Não importa quanto tempo dure esse nosso encontro: eu só quero ser seu para sempre.


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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

ESTADO DE ALMA


Se eu fosse pintor...
Pintaria este dia de chuva.
Depois me mudaria para o meu quadro.

Se eu fosse pintor...
Pintaria este deserto.
Depois me mudaria para o meu quadro.

Se eu fosse pintor...
Pintaria este presídio.
Depois me mudaria para o meu quadro.

Se eu fosse pintor...
Pintaria este povo que sofre.
Depois me mudaria para o meu quadro.

Se eu fosse pintor...
Pintaria este cortejo fúnebre.
Depois me mudaria para o meu quadro.

Se eu fosse pintor...
Pintaria este recomeço.
Depois me mudaria para o meu quadro.

Se eu fosse pintor...
Pintaria este dia de sol.
Depois me mudaria para o meu quadro.

Se eu fosse pintor...
Pintaria esta musa, que é você.
Depois me mudaria para o meu quadro.

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domingo, 17 de fevereiro de 2013

EPIDEMIA


Então de repente, sentiu-se só,
Diante de um mundo inteiro.
Aí a literatura, sentiu seu cheiro,
E começou a caçá-lo sem dó.

Ele tentou fugir de várias maneiras,
Mas seu esforço, de nada adiantou.
A literatura, armada, o alcançou,
E feriu-o, com poesias e rimas certeiras.

Quase sem vida, levaram-no a um hospital.
Oraram por sua alma, para que sobrevivesse,
Pagariam tudo, aconteça o que acontecesse,
Para que os doutores o livrassem daquele mal.

Então ao final de horas em uma longa espera,
Os médicos disseram que ele sobreviveria,
Mas em seu corpo, um mal agora discorria:
A literatura vírus, o transformava em fera.

Seus familiares choravam demais por aflitos,
Pois dessa doença, ninguém conseguia escapar.
Foi então que os doutores passaram a suavizar,
E conseguiram evitar um grande conflito.

Disseram que ele não alcançaria mais o céu,
Pois a poesia, em seu sangue, havia se infiltrado.
Mas esse mal dentro dele, poderia ser controlado
Se ele tomasse doses e mais doses de puro fel.

E agora? Pensaram a corte, os nobres e o menestrel
Enquanto iam até o quarto do paciente recém-operado.
Levando consigo o remédio que fora recomendado
Àquele que pela literatura fora atingido: tinta, pena e papel.

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