quarta-feira, 6 de março de 2013

O corpo da bailarina.



Desde que ingressei na Universidade Federal, poucas coisas me chamam muito a atenção. Mas se tem algo de que não consigo tirar da minha mente, é de uma jovem que dia desses, adentrou em meus sonhos e me fez lembrar do seu jeito gracioso de ser.


Ela se chama Caroline, tem mais ou menos 23 anos, pele branca, olhos e cabelos castanhos. Seria uma mulher normal entre as mais de mil que passam pela Universidade todos os anos, se não fosse por suas características tão singulares. Uma conjuntivite nervosa, que aparece em seus olhos apenas nos momentos de muito estresse e um corpo bem magro para sua altura. Aliás, é esse corpo extremamente magro que me desperta tanto desejo e chama a minha atenção. Confesso que já me relacionei com mulheres bem magras, mas nunca tinha visto em minha vida uma magreza extremamente poética e musical.

Conheci Caroline quando ingressei no centro Acadêmico de letras. Tímida, mas comunicativa, ela não deixou ser passada despercebida pelo meu olhar analítico. Braços e pernas finos, mãos delicadas, voz suave e ainda quanto infantil devido a tonalidade e maciez. Porém numa calourada em que dancei com ela pela primeira vez e senti seu corpo junto ao meu, foi que me encantei pela primeira vez com a magreza de uma mulher.


Desse dia em diante comecei a observar cada curva que ela tinha. E olhe que eram curvas mínimas, porém, delicadas. Sem as roupas que usava para vir para a Universidade, quando a encontrava em alguma festa fora daquelas paredes federais, Caroline lembrava uma pintura de Degas, pois seu corpo tinha a suavidade e sutileza de uma bailarina. Seu rosto, seus olhos, seu nariz, sua boca, seu pescoço, seus ombros retos, seu colo branco e liso, seus seios pequenos e delicados, sua cintura mínima, suas pernas e sua postura ao sentar, tudo nela lembrava uma bailarina. Olhá-la era por demais extasiante, pois tudo nela expressava música e dança: arte em movimento. Sua boca de traços finos poderiam ser comparados como a vencedora de alguma olimpíada, pois ao olhá-los, a única vontade que despertavam era de que sempre mereciam ser beijados, e despertavam as mais pervertidas taras, pois até imaginar seu sexo oral parecia algo poético.

De uns anos pra cá, dar de cara com ela dentro da universidade se tornou cada vez mais raro. Penso que ela já tenha concluído seu curso de letras, que é o de português-francês. E espero que ela esteja lendo perfeitamente a sua segunda língua. Escrevi esse texto, não porque ela merece ser lembrada, mas porque um dia desses, me flagrei tendo um sonho erótico onde nele se encontrava Caroline. Quando acordei, percebi que ainda não consegui esquecer do corpo daquela bailarina. Um corpo que ninguém daria nada, pois não se encaixa nos padrões de beleza da sociedade. Melodies d'amour chantes le couer de Caroline. Ne me quite pas.



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